Sunday, August 13, 2006
A cidade do Porto teve finalmente aquilo que já merecia há muito tempo: um concerto com um dos nomes mais sonantes da primeira liga do rock n´roll mundial. E os Stones não defraudaram os cerca de 50.000 espectadores do Estádio do Dragão, optando por um repertório que incluiu os clássicos de sempre: «Jumping Jack Flash», «Brown Sugar» ou «Start Me Up», êxitos do momento: «Streets Of Love» e «Rough Justice» e temas que funcionam sempre bem: «Tumbling Dice», «Sympathy For The Devil», «You Can´t Always Get What You Want» e «She´s So Cold».
No entanto, as estrelas do concerto foram os próprios músicos, desmentindo uma vez mais os eternos rumores sobre a "inevitável falência" da maior banda rock do mundo. As cerca de duas horas e meia de actuação dos Rolling Stones mostraram um Mick Jagger energético q.b. e com boa fluência de português e uma máquina perfeitamente oleada. Inesquecível ficará decerto a pose de Keith Richards "atacando" a sua guitarra stratocaster na abertura do concerto, bem como o momento em que a banda avançou numa passadeira para o público para gáudio de muitos milhares de pessoas. Para o fim estava reservado o grande "condensado" de 60: «Satisfaction» que definia o sentimento da multidão.
Thursday, December 01, 2005
25 anos sem John Lennon
Há 25 anos o mundo perdia o seu poeta. Na altura, John Lennon mostrava-se confiante no futuro, em paz consigo mesmo e tinha voltado a gravar com sucesso. As músicas de «Double Fantasy», embora fossem na forma de diálogo com Yoko Ono, forneciam boas pistas para o que poderia vir a seguir. Era nesse sentido que apontavam os temas «Watching the Wheels» e «I´m losing you», num caso uma balada mid tempo e no outro caso um regresso eficiente aos blues.
Não menos interessantes eram os últimos registos do ex-Beatle, canções como «Nobody Told Me», «Borrowed Time» ou «Grow Old With Me». Nelas, John mostrava estar atento a sonoridades como o Reggae, à New Wave ou à poesia de Browning. Se é verdade que a arte de Lennon estava a encontrar a sua melhor forma, não é menos verdade que a possibilidade de reunião dos Beatles estivesse prestes a ser concretizada.
Em finais de 80, John Lennon ia colaborar numa faixa do novo álbum de Ringo Starr e mantinha um bom relacionamento com Paul McCartney, com quem tinha tido algumas diatribes na década de 70, realce para a lennonesca «How Do You Sleep ?» ou a McCartniana «Too Many People».
As divergências estavam ultrapassadas e a probabilidade de reagrupamento para um evento como o Live Aid apresentava-se como muito exequível.
O sonho de milhões ficou desfeito a 8 de Dezembro de 1980 pelas mãos de um louco que importa esquecer e manter encarcerado para sempre. Quanto a Lennon não podemos deixar de pensar no génio musical e de espírito que ele foi para milhões de pessoas e que continuará a ser por muito mais tempo, porque estamos a falar num verdadeiro one off.
Não menos interessantes eram os últimos registos do ex-Beatle, canções como «Nobody Told Me», «Borrowed Time» ou «Grow Old With Me». Nelas, John mostrava estar atento a sonoridades como o Reggae, à New Wave ou à poesia de Browning. Se é verdade que a arte de Lennon estava a encontrar a sua melhor forma, não é menos verdade que a possibilidade de reunião dos Beatles estivesse prestes a ser concretizada.
Em finais de 80, John Lennon ia colaborar numa faixa do novo álbum de Ringo Starr e mantinha um bom relacionamento com Paul McCartney, com quem tinha tido algumas diatribes na década de 70, realce para a lennonesca «How Do You Sleep ?» ou a McCartniana «Too Many People».
As divergências estavam ultrapassadas e a probabilidade de reagrupamento para um evento como o Live Aid apresentava-se como muito exequível.
O sonho de milhões ficou desfeito a 8 de Dezembro de 1980 pelas mãos de um louco que importa esquecer e manter encarcerado para sempre. Quanto a Lennon não podemos deixar de pensar no génio musical e de espírito que ele foi para milhões de pessoas e que continuará a ser por muito mais tempo, porque estamos a falar num verdadeiro one off.
Monday, October 03, 2005
Uma explosão de criatividade
Passados oito anos sobre a edição de «Bridges to Babylon», seriam poucas as pessoas que acreditariam que os Rolling Stones pudessem fazer, novamente, um grande disco de rock n´roll.
Com o lançamento de «A Bigger Bang», nos primeiros dias de Setembro de 2005, a magia regressou em todo o seu esplendor. O último trabalho não era mais um álbum de uma banda esgotada criativamente mas sim um regresso ao melhor período do conjunto inglês.
O retomar das boas relações entre Mick Jagger e Keith Richards foi decisivo para a elaboração de um disco que surpreende pela sua frescura e pela recuperação das boas ideias expressas em trabalhos anteriores. E é disso que «A Bigger Bang» revela, um regresso às matrizes dos anos 70 e de um rock musculado mas com alma. Os pontos altos, de álbum que enche as medidas do típico fã stoniano, encontram-se principalmente em: «Rough Justice», «Rain Fall Down», «Back of my Hand» e «Laugh I Nearly Died».
No primeiro caso, estamos perante um rock à anos 70 típico e um excelente exercício sobre quaisquer prismas musicais. Em «Rain Fall Down», encontramos uma boa incursão na sonoridade funky a fazer lembrar um pouco «Dance» de «Emotional Rescue», com um bom andamento da guitarra de Richards. Os blues aparecem em «Back of my Hand», neste tema Jagger e Richards estão como peixes em água e «Laugh I Nearly Died» encanta pela sua melancolia.
No cômputo geral «A Bigger Bang» recupera todos os pontos de interesse de uma longa carreira: o rock de «Exile on Main Street», o funky dos anos 70, a herança dos blues e contém um hit 'comme il faut' em «Streets of Love». Passados mais de quarenta anos de existência dos Rolling Stones e com uma anunciada quarta vinda a Portugal para a primavera de 2006, é caso para dizer: "Long Live the Rolling Stones".
Com o lançamento de «A Bigger Bang», nos primeiros dias de Setembro de 2005, a magia regressou em todo o seu esplendor. O último trabalho não era mais um álbum de uma banda esgotada criativamente mas sim um regresso ao melhor período do conjunto inglês.
O retomar das boas relações entre Mick Jagger e Keith Richards foi decisivo para a elaboração de um disco que surpreende pela sua frescura e pela recuperação das boas ideias expressas em trabalhos anteriores. E é disso que «A Bigger Bang» revela, um regresso às matrizes dos anos 70 e de um rock musculado mas com alma. Os pontos altos, de álbum que enche as medidas do típico fã stoniano, encontram-se principalmente em: «Rough Justice», «Rain Fall Down», «Back of my Hand» e «Laugh I Nearly Died».
No primeiro caso, estamos perante um rock à anos 70 típico e um excelente exercício sobre quaisquer prismas musicais. Em «Rain Fall Down», encontramos uma boa incursão na sonoridade funky a fazer lembrar um pouco «Dance» de «Emotional Rescue», com um bom andamento da guitarra de Richards. Os blues aparecem em «Back of my Hand», neste tema Jagger e Richards estão como peixes em água e «Laugh I Nearly Died» encanta pela sua melancolia.
No cômputo geral «A Bigger Bang» recupera todos os pontos de interesse de uma longa carreira: o rock de «Exile on Main Street», o funky dos anos 70, a herança dos blues e contém um hit 'comme il faut' em «Streets of Love». Passados mais de quarenta anos de existência dos Rolling Stones e com uma anunciada quarta vinda a Portugal para a primavera de 2006, é caso para dizer: "Long Live the Rolling Stones".
Monday, June 20, 2005
Guns n´Roses: a última grande banda do rock n´roll
Enquanto aguardamos interminavelmente por "Chinese Democracy" vale a pena lembrar a grandiosidade do fenómeno Guns n´Roses. W. Axl Rose (vocalista), Slash (guitarrista), Izzy Stradlin (guitarra ritmo), Duff McKagan (baixo) e Steven Adler (bateria) iniciaram em 1985 um projecto que iria voltar a colocar o rock no seu devido lugar: no top das preferências musicais.
A receita passava por uma combinação de bons riffs, letras afiadas e uma postura de combat rock que bebia muito do espírito encarnado pelos Aerosmith na década de 70.
Com o lançamento de "Appetite For Destruction", em 1987, percebeu-se que os Guns eram muito mais do que uma simples banda de hard-rock americana. Os êxitos "Welcome to the Jungle", "Sweet Child o´Mine" e "Paradise City" eram, para a altura, uma oferta de rock do mais puro calibre a que ninguém ficou indiferente. "GN'R Lies", de 1988, acentuou o sucesso planetário da banda, com a inclusão de temas controversos como: "One in a Million" ou "I used to love her". A inclusão da balada "Patience" não contrariou a percepção global de que o agrupamento cultivava habilmente uma imagem de iconoclastas militantes.
A substituição de Steven Adler por Matt Sorum e de Izzy Stradlin por Gilby Clarke, no início dos anos 90, pode ter sido controversa mas o ascendente dos Guns n´Roses no panorama musical cimentava-se dia após dia. No final de 1991 são lançados "Use Your Illusion I" e "Use Your Illusion II". Neste "esforço duplo" revelavam-se temas decisivos na carreira da banda: "November Rain","You Could Be Mine", "Knockin' On Heaven's Door", "Civil War" ou "Yesterdays". A tourné "Get In The Ring Motherfucker", de promoção dos discos seria um êxito retumbante, tal como as vendas dos álbuns, passando por Lisboa a dois de Julho de 1992.
No ano de 1992 assistir-se-ia ainda a outra grande actuação do grupo durante o concerto de homenagem a Freddie Mercury a 20 de Abril. "Paradise City" e "Knockin' On Heaven's Door" foram os temas magistralmente interpretados pela banda, num evento em que Axl cantaria "Bohemian Rhapsody" com Elton John e "We Will Rock You" com os Queen. O mau feitio de Axl Rose viria a tornar-se decisivo para o abandono de Clarke, Slash e Duff, antes disso, sairia o disco "Spaghetti Incident" que seria um relativo fracasso de vendas e de crítica.
Os Guns n´Roses versão 2005 são uma pálida imagem da banda que conquistou o planeta com o seu rock poderoso e convicto, nesse sentido, a permanência de Dizzy Reed nos teclados poderá representar um pequeno paliativo para acabar (?) "Chinese Democracy". A edição deste disco perdido poderá permitir a Axl Rose tirar um coelho da cartola mas não terá certamente o mesmo valor de um regresso dos Guns à boa forma e, certamente, ao reagrupamento do line up original.
A receita passava por uma combinação de bons riffs, letras afiadas e uma postura de combat rock que bebia muito do espírito encarnado pelos Aerosmith na década de 70.
Com o lançamento de "Appetite For Destruction", em 1987, percebeu-se que os Guns eram muito mais do que uma simples banda de hard-rock americana. Os êxitos "Welcome to the Jungle", "Sweet Child o´Mine" e "Paradise City" eram, para a altura, uma oferta de rock do mais puro calibre a que ninguém ficou indiferente. "GN'R Lies", de 1988, acentuou o sucesso planetário da banda, com a inclusão de temas controversos como: "One in a Million" ou "I used to love her". A inclusão da balada "Patience" não contrariou a percepção global de que o agrupamento cultivava habilmente uma imagem de iconoclastas militantes.
A substituição de Steven Adler por Matt Sorum e de Izzy Stradlin por Gilby Clarke, no início dos anos 90, pode ter sido controversa mas o ascendente dos Guns n´Roses no panorama musical cimentava-se dia após dia. No final de 1991 são lançados "Use Your Illusion I" e "Use Your Illusion II". Neste "esforço duplo" revelavam-se temas decisivos na carreira da banda: "November Rain","You Could Be Mine", "Knockin' On Heaven's Door", "Civil War" ou "Yesterdays". A tourné "Get In The Ring Motherfucker", de promoção dos discos seria um êxito retumbante, tal como as vendas dos álbuns, passando por Lisboa a dois de Julho de 1992.
No ano de 1992 assistir-se-ia ainda a outra grande actuação do grupo durante o concerto de homenagem a Freddie Mercury a 20 de Abril. "Paradise City" e "Knockin' On Heaven's Door" foram os temas magistralmente interpretados pela banda, num evento em que Axl cantaria "Bohemian Rhapsody" com Elton John e "We Will Rock You" com os Queen. O mau feitio de Axl Rose viria a tornar-se decisivo para o abandono de Clarke, Slash e Duff, antes disso, sairia o disco "Spaghetti Incident" que seria um relativo fracasso de vendas e de crítica.
Os Guns n´Roses versão 2005 são uma pálida imagem da banda que conquistou o planeta com o seu rock poderoso e convicto, nesse sentido, a permanência de Dizzy Reed nos teclados poderá representar um pequeno paliativo para acabar (?) "Chinese Democracy". A edição deste disco perdido poderá permitir a Axl Rose tirar um coelho da cartola mas não terá certamente o mesmo valor de um regresso dos Guns à boa forma e, certamente, ao reagrupamento do line up original.
Monday, April 18, 2005
Jóias de Família
Os AC/DC presentearam os seus fãs com uma verdadeira jóia de família. Com o DVD "Family Jewels" ficam disponíveis um bom punhado de actuações ao vivo da era Bon Scott. A parte dois deste DVD é composta essencialmente por videoclips da fase Brian Johnson.
As vinte canções interpretadas por Scott mostram o poderio de um grupo capaz de executar momentos simultaneamente inovadores e inesquecíveis. Dentro desta categoria destacam-se as performances de "Baby Please Don´t Go", "It´s a Long Way to the Top (If You Wanna Rock n´Roll)" ou "Highway to Hell".
No primeiro caso, uma actuação para a TV Australiana de 1975, a banda "ataca" o clássico dos Them com Bon Scott travestido de rapariguinha com tranças. A execução do tema é convincente e o cantor ainda tem tempo para acender um cigarro enquanto Angus Young, num cenário anedótico, se dedica empenhadamente a tocar a sua guitarra eléctrica.
Em "It´s a Long Way to the Top (If You Wanna Rock n´Roll)" os AC/DC desfilam por uma rua, a bordo de um carro alegórico. Bon Scott toca gaita de foles, no qual é acompanhado por um grupo de instrumentistas escoceses.
Uma das jóias da coroa deste primeiro disco, e de todo o DVD, é a actuação do conjunto na TVE em Fevereiro de 1980, interpretando "Higway to Hell", dez dias antes da morte do malogrado vocalista. Pelas imagens estamos longe de prever um final tão dramático.
O segundo disco vale essencialmente pelos promos de "Back in Black": "Hells Bells", "Rock and Roll Ain´t Noise Pollution", "You Shook Me All Night Long" e, claro está, "Back in Black", todos de 1980. Este foi decidamente o melhor período da fase Brian Johnson, a que se poderá acrescentar também o brilhante videoclip de "Thunderstruck", de 1990.
O restante material do segundo DVD reporta à época em que o conjunto dos irmãos Young se dedicava a fazer material muitos furos a baixo do seu "hey day" de 1975-80, aproximando-se perigosamente de um rock FM descarnado e com pouca convicção.
Esta jóia de família mostra quão grande é o legado dos AC/DC, não só para o hard-rock como também para o rock clássico. Por outro lado, talvez seja altura de fazer uma estátua a um certo guitarrista com um boné e uniforme de colegial.
As vinte canções interpretadas por Scott mostram o poderio de um grupo capaz de executar momentos simultaneamente inovadores e inesquecíveis. Dentro desta categoria destacam-se as performances de "Baby Please Don´t Go", "It´s a Long Way to the Top (If You Wanna Rock n´Roll)" ou "Highway to Hell".
No primeiro caso, uma actuação para a TV Australiana de 1975, a banda "ataca" o clássico dos Them com Bon Scott travestido de rapariguinha com tranças. A execução do tema é convincente e o cantor ainda tem tempo para acender um cigarro enquanto Angus Young, num cenário anedótico, se dedica empenhadamente a tocar a sua guitarra eléctrica.
Em "It´s a Long Way to the Top (If You Wanna Rock n´Roll)" os AC/DC desfilam por uma rua, a bordo de um carro alegórico. Bon Scott toca gaita de foles, no qual é acompanhado por um grupo de instrumentistas escoceses.
Uma das jóias da coroa deste primeiro disco, e de todo o DVD, é a actuação do conjunto na TVE em Fevereiro de 1980, interpretando "Higway to Hell", dez dias antes da morte do malogrado vocalista. Pelas imagens estamos longe de prever um final tão dramático.
O segundo disco vale essencialmente pelos promos de "Back in Black": "Hells Bells", "Rock and Roll Ain´t Noise Pollution", "You Shook Me All Night Long" e, claro está, "Back in Black", todos de 1980. Este foi decidamente o melhor período da fase Brian Johnson, a que se poderá acrescentar também o brilhante videoclip de "Thunderstruck", de 1990.
O restante material do segundo DVD reporta à época em que o conjunto dos irmãos Young se dedicava a fazer material muitos furos a baixo do seu "hey day" de 1975-80, aproximando-se perigosamente de um rock FM descarnado e com pouca convicção.
Esta jóia de família mostra quão grande é o legado dos AC/DC, não só para o hard-rock como também para o rock clássico. Por outro lado, talvez seja altura de fazer uma estátua a um certo guitarrista com um boné e uniforme de colegial.
Wednesday, December 15, 2004
As estrelas de rock e os OVNIS
O aspecto mais fascinante do imaginário do rock and roll é a sua maleabilidade. É usual cantar-se a dor, a perda ou o amor, entre muitos outros temas. Em áreas como o ocultismo é usual referenciarem-se muitas bandas de heavy metal.
Os Black Sabbath, neste quadrante, tornaram-se pioneiros por mérito próprio desse tipo de abordagem.
Será, por isso, lógico admitir que as estrelas de rock tenham opinião formada sobre os ovnis e/ou que possam escrever canções sobre esse imaginário.
John Lennon foi um dos casos mais paradigmáticos nessa matéria.
Em Agosto de 1974 o antigo beatle viu um OVNI da janela de um apartamento em Nova Iorque. "O objecto era grande, luminoso e pairava sobre o Rio Hudson sem fazer nenhum ruído", confessou a Frederic Seaman em 1979.
Lennon acreditava que existia uma conspiração ao mais alto nível para abafar este tipo de casos: "Se a população começar a aceitar os OVNIS, isso poderá afectar a sua atitude para com a vida, política, sociedade, tudo".
Em finais de 1980 o autor de «Imagine» escreveu a canção «Nobody Told me». Numa passagem do tema cantava: "Pairam OVNIS sobre Nova Iorque mas eu não estou muito surpreendido".
Os anos 70 revelaram uma banda que fez da ficção científica e do psicadelismo o seu modus vivendi musical.
Os Blue Oyster Cult foram um notável grupo de hard-rock que assinou alguns dos mais notáveis momentos do género.
Ao belíssimo tema «Astronomy», de 1974, seguir-se-ia dois anos mais tarde «E.T.I. (Extra Terrestrial Intelligence)». Neste tema Eric Bloom cantava sem rodeios: "Três homens de negro disseram, não contem isto". Os homens de negro, criaturas que abafam os relatos de OVNIS, eram complementados na canção por um certo "Balthazar que descobriu as notícias de OVNIS".
Interesse da comunidade rock prolonga-se
Mais tarde, na década de 80, surgiu uma das mais interessantes bandas de rock de todos os tempos. Decorria o ano de 1986 e os Pixies começavam a dar os seus primeiros passos.
Frank Black, vocalista, sempre manifestou interesse na temática dos discos voadores e na mais famosa das bases secretas norte-americanas, a Área 51. O resultado desse interesse exprimiu-se em diversas canções: «Monkey gone to heaven», «Motorway to Roswell», pode-se ser mais óbvio ? e «Velouria», um tema sobre uma mulher extraterrestre.
Em 1995 o ex-Nirvana Dave Grohl formaria os Foo Fighters.
O antigo baterista dos pais do Grunge dava à sua nova banda o nome dos estranhos objectos observados pelos pilotos da segunda guerra mundial. Este baptismo deveu-se sem dúvida ao interesse de Grohl pelo fenómeno OVNI.
Os Foo Fighters escreveriam em 1996 o prodigioso tema «Down in the Park», para a banda sonora dos «X-Files».
No campo alternativo realce para o agrupamento Sci-Fi Prodigy do Canadá. A temática das canções do conjunto é o paranormal e os OVNIS. Todos os membros da banda tiveram experiências com fantasmas ou com discos voadores.
A língua portuguesa também contempla o fenómeno ovni nas suas canções. O pai do rock brasileiro, Raul Seixas, cantava em 1973 no seu "Ouro de Tolo" que: "No cume calmo do meu olho que vê assenta a sombra sonora de um disco voador".
O universo do rock parece ter-se apropriado de uma fenomenologia que, na sua versão moderna, tem mais de 50 anos.
Espera-se que a temática continue a servir para escrever boas canções e para tomadas de posição positivas. Se isso acontecer os dois universos terão ganho mais qualquer coisa. De resto, uma boa canção de quatro minutos ou um videoclip alusivo ao tema, como o dos Travis, têm o poder de captar a imaginação de um público que importa conquistar.
Os Black Sabbath, neste quadrante, tornaram-se pioneiros por mérito próprio desse tipo de abordagem.
Será, por isso, lógico admitir que as estrelas de rock tenham opinião formada sobre os ovnis e/ou que possam escrever canções sobre esse imaginário.
John Lennon foi um dos casos mais paradigmáticos nessa matéria.
Em Agosto de 1974 o antigo beatle viu um OVNI da janela de um apartamento em Nova Iorque. "O objecto era grande, luminoso e pairava sobre o Rio Hudson sem fazer nenhum ruído", confessou a Frederic Seaman em 1979.
Lennon acreditava que existia uma conspiração ao mais alto nível para abafar este tipo de casos: "Se a população começar a aceitar os OVNIS, isso poderá afectar a sua atitude para com a vida, política, sociedade, tudo".
Em finais de 1980 o autor de «Imagine» escreveu a canção «Nobody Told me». Numa passagem do tema cantava: "Pairam OVNIS sobre Nova Iorque mas eu não estou muito surpreendido".
Os anos 70 revelaram uma banda que fez da ficção científica e do psicadelismo o seu modus vivendi musical.
Os Blue Oyster Cult foram um notável grupo de hard-rock que assinou alguns dos mais notáveis momentos do género.
Ao belíssimo tema «Astronomy», de 1974, seguir-se-ia dois anos mais tarde «E.T.I. (Extra Terrestrial Intelligence)». Neste tema Eric Bloom cantava sem rodeios: "Três homens de negro disseram, não contem isto". Os homens de negro, criaturas que abafam os relatos de OVNIS, eram complementados na canção por um certo "Balthazar que descobriu as notícias de OVNIS".
Interesse da comunidade rock prolonga-se
Mais tarde, na década de 80, surgiu uma das mais interessantes bandas de rock de todos os tempos. Decorria o ano de 1986 e os Pixies começavam a dar os seus primeiros passos.
Frank Black, vocalista, sempre manifestou interesse na temática dos discos voadores e na mais famosa das bases secretas norte-americanas, a Área 51. O resultado desse interesse exprimiu-se em diversas canções: «Monkey gone to heaven», «Motorway to Roswell», pode-se ser mais óbvio ? e «Velouria», um tema sobre uma mulher extraterrestre.
Em 1995 o ex-Nirvana Dave Grohl formaria os Foo Fighters.
O antigo baterista dos pais do Grunge dava à sua nova banda o nome dos estranhos objectos observados pelos pilotos da segunda guerra mundial. Este baptismo deveu-se sem dúvida ao interesse de Grohl pelo fenómeno OVNI.
Os Foo Fighters escreveriam em 1996 o prodigioso tema «Down in the Park», para a banda sonora dos «X-Files».
No campo alternativo realce para o agrupamento Sci-Fi Prodigy do Canadá. A temática das canções do conjunto é o paranormal e os OVNIS. Todos os membros da banda tiveram experiências com fantasmas ou com discos voadores.
A língua portuguesa também contempla o fenómeno ovni nas suas canções. O pai do rock brasileiro, Raul Seixas, cantava em 1973 no seu "Ouro de Tolo" que: "No cume calmo do meu olho que vê assenta a sombra sonora de um disco voador".
O universo do rock parece ter-se apropriado de uma fenomenologia que, na sua versão moderna, tem mais de 50 anos.
Espera-se que a temática continue a servir para escrever boas canções e para tomadas de posição positivas. Se isso acontecer os dois universos terão ganho mais qualquer coisa. De resto, uma boa canção de quatro minutos ou um videoclip alusivo ao tema, como o dos Travis, têm o poder de captar a imaginação de um público que importa conquistar.